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Fotografia: CDU

A Coligação Democrática Unitária (CDU) tinha prevista a realização de uma ação na sede da Junta de Freguesia de Lordelo, na manhã de domingo, que acabou por se realizar à “chuva e ao vento”, pois a Junta não teve recursos humanos disponíveis para abrir o edifício. A CDU considera a “muito triste” e “antidemocrática” e o caso vai ser analisado pela Comissão Nacional de Eleições (CNE).

No domingo de manhã, a CDU promoveu uma ação à porta da Junta de Freguesia de Lordelo, com candidatas da região à Assembleia da República. A intenção era realizar o evento no interior da sede da Junta, mas o pedido não foi aceite pela entidade.

Ao IMEDIATO, a delegada da coligação no Vale do Sousa, Cláudia Santos, considerou a situação “muito triste” e “antidemocrática”, explicando que o caso foi remetido à Comissão Nacional de Eleições (CNE), que reforçou a necessidade de abrir o espaço público para a realização do evento político. Contudo, no dia da ação, as portas da Junta de Freguesia encontravam-se fechadas.

Contactado, o presidente da Junta de Freguesia de Lordelo, Nuno Serra, confirmou a receção do pedido da coligação e do contacto da CNE, mas invocou “falta de recursos humanos” para conseguir aceitar a solicitação, afirmando ser impossível, mas necessária, a presença de um elemento da Junta no local.

CDU considera situação “muito triste” e “antidemocrática”

A delegada da CDU no Vale do Sousa explicou que foi pedido, “com mais de uma semana de antecedência”, um espaço à Junta de Freguesia para a realização da ação, solicitação essa recusada com a justificação de “falta de pessoal” para abrir a sede.

Segundo a mesma fonte, após a resposta negativa, o caso foi imediatamete remetido à Comissão Nacional de Eleições (CNE) através do mandatário distrital da CDU. A comissão contactou a Junta de Freguesia, reforçando a necessidade de abrir o espaço público para a realização do evento político.

“Depois deste contacto da CNE, enviei novo e-mail a reforçar a necessidade do espaço e liguei várias vezes para a Junta de Freguesia, de forma a organizar a logística para o dia, mas não obtive resposta útil”, indica ao IMEDIATO.

Sem resposta, mas esperançosos de que o seu pedido iria ser correspondido, cerca de 30 apoiantes da CDU chegaram para a iniciativa, marcada para as 11h de domingo. Ao local deslocaram-se também Diana Ferreira, 1.° candidata da CDU no Distrito do Porto, assim como as candidatas Bruna Ribeiro e Lurdes Ribeiro, para falar sobre a poluição do Rio Ferreira, mas depararam-se com a porta fechada.

Após o sucedido, Cláudia Santos explica que foi efetuada uma nova participação à CNE, sendo que a coligação espera agora pela sua decisão.

Nuno Serra: “Estamos disponíveis para todos, mas existem regras a cumprir”

Contactado pelo IMEDIATO, Nuno Serra afirmou que a sede da Junta de Freguesia, que descreve como a “Casa da Democracia”,  está “disponível para todos, mas existem regras a cumprir”, sendo que, além da ausência de recursos humanos, também pesaram na decisão certas particularidades do edifício.

O presidente da Junta de Freguesia explicou que a sede está projetada de forma “open space“, sendo que vários serviços, entre os quais o Espaço do Cidadão ou o arquivo, não estão isolados do resto do edifício. Ao abrir a porta principal do espaço, é sempre necessário “salvaguardar a vigilância desses espaços”, algo “impossível” sem a presença de elementos da Junta de Freguesia.

Nuno Serra indica que este fator é limitativo nas próprias atividades da freguesia que decorrem no local. “Quando fazemos iniciativas temos de garantir que está sempre aqui alguém a vigiar. Tenho de confessar que tenho dificuldades em organizar iniciativas com a junta e, muitas vezes, sou eu próprio que cá estou, mas naquele dia era impossível”, justifica.

“Em momento algum foi, é ou será nossa vontade, impedir o acesso aos equipamentos da Junta de Freguesia ou não cumprir as Leis da República, pelo contrário, somos e seremos sempre uma força de dinamização e respeito pelas regras democráticas, e não admitimos à CDU ou a qualquer outra força politica, a acusação leviana de colocarmos em causa o normal funcionamento da Democracia”, lê-se na resposta enviada à CNE, a que o IMEDIATO teve acesso.

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